
Hoje saiu a notícia de mais um juiz que autorizou o cultivo de pés de maconha por pais que, alegam precisar da planta para tratar uma enfermidade da filha. Não vou entrar no debate sobre como estes pais seriam habilitados a administrar o “remédio” e como seriam fiscalizados. O importante é que esta liberação segue a linha de outra realizada no Rio de Janeiro, que extinguiu a punibilidade de um sujeito que cultivava 63 pés de maconha. Essas decisões estão, na prática, liberando a maconha sem ela ter sido liberada e isso é feio pra cacete.
Todo esse movimento de liberação nas sombras acontece por um problema entre discurso e realidade. Os movimentos que, solicitam a liberação da maconha vivem levantando, até literalmente, placas que acusam a sociedade de ser hipócrita e de jogar pra baixo do tapete a discussão do assunto. Mas na prática o que acontece? Quando é proposto um plebiscito, eles não apoiam, pois sabem no fundo que a resposta do povo será negativa e quando decidem realizar debates convidam apenas aqueles que concordam 100% com a agenda de liberação das drogas (beijo pra turma do Leblon!).
A própria fragilidade dos argumentos do lado do bonde da fumaça mostra que, o assunto não foi debatido e só está em voga, pois a maioria da galerinha da mídia curte um cigarro de artista depois do expediente ou pra socializar com a estagiária de publicidade. Faltam respostas para pontos graves como: Como impedir que a grana da maconha pague mais e mais armas pro tráfico? Como julgar quais drogas poderão ser liberadas? Como regulamentar a venda? Como evitar que o tráfico chegue mais perto do asfalto por conta da liberação? Como evitar impactos na saúde pública?
Logo, a realidade é que temos uma minoria da sociedade que quer liberar uma substância que serve apenas para sua recreação, mas não quer ajudar a viabilizar esta liberação e tão pouco quer ouvir o que a maioria pensa a respeito. Coloquem nessa equação que a maioria dos que seriam impactados por um acréscimo no número de clientes, e logo de recursos, do tráfico seriam pessoas que vivem em condições precárias nas favelas ocupadas por estes marginais.
Esse cenário parece bacana? Seria essa questão tão importante e prioritária frente a uma população que sofre sem saneamento e com alto índice de criminalidade? Vamos mesmo gastar tempo e dinheiro pensando e viabilizando algo que só vai atender uma turma que está longe de ser a mais necessitada? Será que não dá pro Marcelo D2 aguentar um pouquinho?
Não precisa ser gênio pra responder estas perguntas.
E se você não as responde diretamente, não adianta tentar argumentar. Vou dizer que é papo de maconheiro.
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